Comitiva Pantaneira: Saiba Tudo Sobre a Experiência
Sobre a autor: Thiago Araújo vive em Bonito/MS há 10 anos, conhece o melhor da cidade e é proprietário da agência de Turismo Roteiro Bonito MS.
A Comitiva Pantaneira é bastante conhecida pelas populações nativas do Pantanal, uma vez que os habitantes estão acostumados a avistarem essas movimentações passando entre regiões e estradas alagadas.
Tenha em mente que, no bioma do Pantanal, a dinâmica das águas determina as atitudes e os comportamentos de todos – homens, animais e plantas – que vivem nesta região.
Isto é, os ciclos de cheia e seca ditam as regras, inclusive, para a criação de gado, uma fonte de renda imprescindível para muitos moradores.
Por fim, os bois devem ser transportados até as zonas mais elevadas da região, a fim de que tenham condições de sobreviver aos períodos de cheia.
É justamente por isso que nasceram as primeiras comitivas, visando realizar esse transporte do modo mais seguro e funcional possível.
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Como é uma Comitiva Pantaneira?
Conforme mencionado, o transporte do gado implica em atividades pecuárias que integram a rotina das fazendas locais. Portanto, são os peões de cada propriedade que se encarregam de efetuar esses deslocamentos.
De acordo com isso, há casos específicos nos quais os fazendeiros contratam peões terceirizados exclusivamente para trabalharem nessas funções.
Embora o chamado ciclo das águas represente o motivo mais frequente, não é a única razão para a existência das comitivas.
A compra do gado de outras propriedades estimula, também, essa atividade.
Em muitas ocasiões, os animais são provenientes de outros estados do Brasil, logo, é necessário fazer a travessia pelo bioma do Pantanal para que cheguem às suas novas casas.
Sobre os integrantes da Comitiva Pantaneira e seus hábitos
Entre os peões responsáveis pela condução do gado, cada profissional exerce uma função relevante para que tudo aconteça da melhor forma na comitiva.
Além de outras funções, destaca-se a do “ponteiro”, isto é, o peão que se posiciona na frente da boiada para a guiar.
Vale ressaltar, ainda, o “meieiro”, que percorre as distâncias no meio da boiada e, finalmente, o “culateiro”, o peão que controla as movimentações no extremo da condução.
Como resultado, além destes peões, um cozinheiro ainda acompanha a comitiva, com a função de montar os acampamentos e, evidentemente, preparar as refeições de todos os integrantes da comitiva.
Além disso, para suportar as dificuldades inerentes à viagem, o cozinheiro se concentra na preparação de receitas fáceis e capazes de conferir bastante energia (ou “sustância”) aos peões.
Em outras palavras, é neste cenário que muitos pratos típicos da gastronomia pantaneira ganharam notoriedade, tais como os célebres “Macarrão de Comitiva” e o “Arroz Carreteiro”.
Finalmente, é curioso notar que ambos os pratos citados levam carne seca (proteína de fácil conservação e preparação), junto do macarrão ou arroz, assim como outros ingredientes especiais.
Em suma, a comida é sempre nutritiva e saborosa!
A consolidação das comitivas no setor de turismo
Com o passar do tempo, as comitivas se popularizaram tanto no Pantanal que, hoje em dia, são atrações turísticas de grande importância para a economia da região.
O estado de Mato Grosso do Sul esteve sempre ligado ao manejo do gado e à pecuária.
Portanto, não é de surpreender que a possibilidade de subir em um cavalo para ajudar os peões na condução do gado pelas estradas de terra e fazendas pantaneiras sejam atividades que atraem os turistas.
Principalmente porque, após essas atividades, os visitantes podem almoçar em um acampamento típico da comitiva e, ainda, descansar na rede em pleno Pantanal Sul-mato-grossense!
Em primeiro lugar, cumpre mencionar que muitas agências de turismo disponibilizam passeios com day use integral para que os seus clientes se aventurem como verdadeiros peões nas fazendas da região.
Ademais, os turistas podem participar de cavalgadas em trilhas feitas, na maior parte de seus percursos, à sombra de árvores e margens de rios e córregos.
Seja como for, o caminho será marcado por emoções tipicamente brasileiras, a partir das músicas regionais, do estalo dos reios e, obviamente, pela história de uma localidade que serviu de palco para a Guerra do Paraguai.
Do mesmo modo, você dificilmente esquecerá do som grave anunciando a presença do tradicional berrante que, ao ser tocado, conduz o gado cruzando rios e, até mesmo, rodovias, quando é necessário.
Posteriormente, a culinária é um dos principais atrativos da Comitiva Pantaneira, pois há paradas para que os visitantes experimentem a célebre “comida de comitiva”, que é preparada na trempe ou em fogões à lenha improvisados.
Breve histórico sobre a Comitiva Pantaneira
Caso você seja mais um dos tantos aficionados pela novela “Pantanal”, é bastante provável que já tenha visto as personagens José Leôncio e Joventino em comitivas, logo nos primeiros capítulos da trama.
A despeito de ser uma obra ficcional, a novela retrata com precisão as viagens dos peões que integram as comitivas pantaneiras, levando o gado de um local para o outro.
Aliás, o personagem José Leôncio, interpretado por Marcos Palmeira, foi criado por seu pai em uma comitiva.
Desde o período colonial, os peões se dividem para guiar a boiada (sempre andando a cavalo), passando por fazendas e estradas até chegarem aos seus destinos.
O transporte segue a pé, até os dias de hoje, em certas fazendas, nas quais os veículos não são capazes de acessar, mantendo os costumes e a tradição do Mato Grosso do Sul.
Pelo fato de percorrerem regiões que não possuem restaurantes, é o “cozinheiro de comitiva” que se responsabiliza pelas refeições, indo na frente e, assim, abrindo o caminho necessário para a montagem dos acampamentos.
Na sequência, aguarda a chegada do restante do grupo, servindo-lhes com o que há de melhor nos sabores regionais.
Dada a necessidade de sair mais cedo que os demais peões da comitiva pantaneira, o cozinheiro conduz os burros cargueiros e suas “bruacas” (malas e/ou caixas rústicas produzidas com couro cru), nas quais leva as tralhas de cozinha e os mantimentos.
O cozinheiro da comitiva somente para quando encontra um trecho de rio no qual possa preparar as refeições, isto é, “queimar o alho”. Vale lembrar que esta terminologia pode variar segundo a região do país.
Os alimentos são preparados na “trempe” (ou “fogo de chão”), contando com temperos imprescindíveis como sal, óleo, alho e cebola.
As bruacas são dispostas ao lado deste fogo: o mais importante é que as comidas sejam de fácil preparação e transporte, como macarrão de comitiva, charque, mandioca, feijão gordo e o arroz carreteiro.
Gostou de saber mais sobre a Comitiva Pantaneira?
No Pantanal e região, incluindo Bonito, há muito para explorar. A vida e a natureza típicas dessa parte do Mato Grosso do Sul são um verdadeiro atrativo turístico para as pessoas.
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Até a próxima!